A falsa alternância de poder em Três Lagoas

A falsa alternância de poder em Três Lagoas
Foto Ilustrativa

 Parte da imprensa local e alguns políticos astutos criaram uma falsa narrativa que lamentavelmente tem enganado muitas pessoas, eles afirmam de maneira ardilosa que Três Lagoas tem vivido ciclos de alternância de poder, tal narrativa tenta construir a ideia de renovação, no entanto quando atenta-se para os fatos e para os agentes políticos que estão ocupando os cargos eletivos, percebe-se imediatamente que não existe renovação por aqui, o que existe é uma trágica repetição, sem mais delongas vamos aos fatos:

 

Fato 1- O mesmo grupo político atua em Três Lagoas há muitos anos: 

 

     É público e notório que o MDB e o PSDB formam um único grupo político em Três Lagoas, se fora daqui esses partidos divergem contundentemente, por aqui convergem em tudo, são as duas faces da mesma moeda, estão no poder desde 1997 e por várias vezes fingiram ser adversários, porém nunca se separaram.

 

Fato 2- As sucessivas reeleições:

 

     Enquanto em muitos lugares a reeleição tem sido a exceção, em Três Lagoas lamentavelmente está se tornando a regra, tanto no poder executivo, como no poder legislativo. Temos agentes políticos que estão há mais de 20 anos no poder, são os colecionadores de mandatos que apesar de ostentaram repetidas reeleições não possuem trabalhos relevantes a apresentar, geralmente se orgulham de ter enchido a cidade de lombadas e de ter renomeado ruas e avenidas.

 

Fato 3-  A dita independência da Câmara é ilusória:

 

     Começa legislatura e termina legislatura e o PSDB continua na presidência do parlamento municipal, são sucessivos mandatos que são assegurados pela chamada base e pelas lacunas regimentais. Fala-se muito sobre independência dos poderes, porém o que temos assistido não é isso, aliás, está longe disso, o que os três-lagoenses estão vendo é um verdadeiro ciclo vicioso de parlamentares que se agarram ao poder executivo na esperança de terem seus requerimentos respondidos ou de terem suas indicações atendidas, pois isso gera popularidade, são muitos carimbadores e poucos fiscalizadores. Aproveito o ensejo para evidenciar ainda mais o Fato 1 supracitado, observe quem era o líder da ex-prefeita Márcia Moura na Câmara e quem é o líder do atual prefeito.

 

Fato 4- Qualquer voz que se oponha é atacada de forma orquestrada:

 

     Numa democracia é fundamental saber ouvir o contraditório, se não fosse assim não seria uma democracia, mas uma ditadura, criticar ou tecer comentários desfavoráveis à elite política municipal é a mesma coisa que declarar guerra, a tal elite sente-se intocável ou até mesmo divina, pois qualquer um que se oponha, torna-se automaticamente inimigo público e magicamente começa a ser achincalhado por parte da imprensa local. Como não querem debater no campo das ideias, partem para o campo pessoal e tentam desmerecer ou simplesmente colocar em xeque a reputação da pessoa, é bem provável que eu mesmo serei atacado após a publicação deste artigo, mas é como dizem por aí "se tá na chuva é pra se molhar", prefiro ser atacado expondo a verdade do que ser poupado defendendo a mentira.

 

 

     A grande Madre Teresa de Calcutá dizia o seguinte " O que eu faço é uma gota no oceano, mas o oceano seria menor sem ela", encerro este artigo com esse ensinamento precioso, reconhecendo que o meu texto é uma gota, mas ele pode causar um grande efeito no oceano da opinião pública três-lagoense.

 

Por Jhônatas Gabriel