Confira os nomes: STJ envia para TJMS 23 denunciados por corrupção com Reinaldo

Confira os nomes: STJ envia para TJMS 23 denunciados por corrupção com Reinaldo
Governador de Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja | Foto: Marcos Ermínio | Midiamax

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) procedeu com o desmembramento da Ação Penal 980, que implica o governador de Mato Grosso do Sul,  (PB), e mais 23 em denúncia por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O desmembramento atende à decisão do relator da ação, ministro Felix Fischer, que isola o governador de MS no STJ, e consta em movimentação processual da última quinta-feira (18),  com o envio de ofício encaminhando cópia dos autos ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Os outros 23 denunciados foram excluídos do sistema do STJ e serão julgados pelo  (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Entre eles estão o conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) , o prefeito de Porto Murtinho Nelson Cintra e o próprio filho de , Rodrigo Souza e Silva.

Confira a lista a seguir:

  • Rodrigo de Souza e Silva – filho do governador Rnaldo Azambuja, é também acusado pelos três promotores do Patrimônio Público de Campo Grande, Adriano Lobo Viana de Resende, Marcos Alex Vera de Olivra e Humberto Lapa Ferri por ser o mandante de um roubo de propina que deu errado e por ter supostamente encomendado uma execução.
  • João Roberto Baird – Dono de empresa de informática em Mato Grosso do Sul e pecuarista, Baird é investigado na  e teriam também lavado dinhro de propina no , segundo as investigações.
  • José Roberto Txra – Deputado Estadual pelo DEM e primro-secretário da Assembla Legislativa de Mato Grosso do Sul.
  • Marcio Campo Montro – Conselhro Estadual de Contas de Mato Grosso do Sul, ex-deputado estadual e ex-secretário de finanças, apontado como responsável por parte das tratativas.
  • Nelson Cintra Ribro – ex-secretário estadual de Turismo de Rnaldo Azambuja (PSDB) e ex-prefto de Porto Murtinho. Pecuarista, teria emitido notas acima dos R$ 296 mil, mas garante que vendeu o gado para o abate e que já regularizou a situação junto à .
  • Osvane Aparecido Ramos – ex-deputado estadual, tem fazenda em Dois Irmãos do Buriti e teria emitido notas de R$ 847 mil à JBS.
  • Zelito Alves Ribro –Pecuarista, é ex-coordenador regional do governo tucano, responsável pela interlocução de alguns municípios com o Parque dos Poderes, e teria emitido notas fiscais para a JBS que somam pouco mais de R$ 1,7 milhão e que seriam frias, usadas para, segundo a delação da multinacional, esquentar a propina paga a integrantes da atual gestão do Governo do Estado.
  • Élvio Rodrigues – Dono da Fazenda Santa Maria, em , esteve com o advogado Gustavo Passareli, do mesmo escritório que também acompanhou o irmão do governador Rnaldo Azambuja (PSDB), Roberto Olivra Silva, conhecido como Beto Azambuja, em depoimento na terça. Élvio teria usado dinhro de propina para comprar as terras, segundo a investigação.
  • Francisco Carlos Frre de Olivra – Pecuarista que, segundo os depoimentos dos irmãos Wesley e , teria emitido R$ 583 mil em notas fiscais fal, em 3 de novembro de 2016.
  • Ivanildo da Cunha Miranda – Delator da , procurou a Polícia Federal em 2017 com intuito de celebrar o acordo. É apontado como suposto operador das propinas envolvendo o ex-governador  () no esquema. Ele relatou à Polícia que recebia entre os anos de 2007 a 2010 valores mensais entre R$ 60 mil a R$ 80 mil, e após 2011 até 2013, esse valor, em alguns meses, chegava a R$ 220 mil.
  • Cristiane Andréia de Carvalho dos Santos Barbosa – Chefe de gabinete de Rnaldo Azambuja, acusada de ser responsável pelo recebimento de parte das propinas. Teve aumento salarial significativo na segunda gestão de Rnaldo, após deflagração da Vostok.
  • Miltro Rodrigues Perra – Da Agro Duas Irmãs, é acusado de emitir notas frias no valor de R$ 1.032.229,80, supostamente transferidos ao governador Rnaldo Azambuja (PSDB), segundo decisão pela prisão dele no ano passado assinada pelo ministro Félix Fischer.
  • Daniel de Souza Ferrra – Administrador da Pecuária Duas Irmãs, acusado de emitir notas frias
  • Rubens Massahiro Matsuda – Dono da Safra Agro, de Dois Irmãos do Buriti, que teria emitido R$ 383 mil em notas frias.
  • Pavel Chramosta – dono do Frigorífico Buriti, em Aquidauana. É apontado como o maior emissor de notas do suposto esquema, somando R$ 12,9 milhões em notas sob suspta emitidas entre março e julho de 2015. Os delatores indicaram pagamentos a Rnaldo Azambuja por notas frias, além da entrega de R$ 10 milhões em mãos.
  • Daniel Chramosta – Filho de Pavel, é diretor da Buriti Comércio de Carnes, que também fica em Aquidauana. Junto com o pai, comanda a distribuidora de alimentos na cidade.
  • José Ricardo Guitti Guímaro, o Polaco – Responsável por receber a propina entre pecuaristas.
  • Gabriela de Azambuja Silva Miranda – Sobrinha de Rnaldo Azambuja.
  • Leo Renato Miranda – Cunhado de Rnaldo Azambuja e pai de Gabriela.
  • Roberto de Olivra Silva Junior – Irmão de Rnaldo Azambuja.
  • Antônio Celso Cortez – Empresário, dono da Mil Tec Tecnologia e da PSG Tecnologia da Informação.
  • Joesley e Wesley Batista – Proprietários da JBS. Foram incluídos na denúncia por decisão da PGR, que sustenta que os empresários descumpriram cláusulas da delação premiada que implicou Rnaldo Azambuja.

Mais celeridade

Relator da Ação Penal 980, o ministro justificou que a jurisprudência passou a adotar a cisão como regra em relação a coinvestigados ou coautores sem foro privilegiado. Além disso, Fischer pregou a “racionalização dos trabalhos, a fim de se garantir a celeridade e a razoável duração do processo, além de tornar exequível a própria instrução processual da presente ação penal”.

O relator completou que o desmembramento “não representará nenhum prejuízo à compreensão dos fatos ou à instrução probatória” e “em nada prejudicará os interesses da Justiça”.

Com o desmembramento, portanto, só Reinaldo será julgado pelo , uma vez que ele é o único com foro privilegiado, com prerrogativa de função perante o tribunal. A corte pode decidir pelo afastamento do governador, como fez recentemente com o Wilson Witzel no Rio de Janeiro.

Reinaldo tenta suspender ação por corrupção com habeas corpus no STF

Reinaldo e mais 23 pessoas foram denunciados pelo MPF ao STJ com base nas investigações da Polícia Federal no bojo da Operação Vostok. O governador é apontado como chefe de uma organização criminosa e teria recebido R$ 67,7 milhões em propina do grupo JBS, entre 2014 e 2016, por meio de doações de campanha e emissão de notas fiscais falsas de venda de carne e gado – os “bois de papel”. Em troca, a JBS foi beneficiada com incentivos fiscais que desfalcaram os cofres do governo do Estado em R$ 209,7 milhões.

A investigação foi desencadeada pelas delações de executivos da JBS, principalmente dos irmãos Joesley e Wesley Batista. A denúncia pede a decretação da perda de cargo público dos envolvidos e a restituição dos valores.

O governador de Mato Grosso do Sul recorre ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar suspender a Ação Penal 980. Os advogados do tucano argumentam contra seu foro privilegiado, uma vez que os crimes implicados a Reinaldo teriam começado em 2014, quando ainda não era governador. Para sua defesa, Reinaldo deveria ser julgado pela Justiça Estadual, como se o foro iniciado em 2015 fosse interrompido após a reeleição de 2018.

Quem relata o habeas corpus no STF é o ministro Edson Fachin, que já negou o pedido em caráter liminar. Antes disso, a defesa do governador empilhou derrotas em recursos para tirar o processo das mãos de Fachin.

 

 

 

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