Câncer infantil: 80% dos casos podem ser curados com diagnóstico precoce

Câncer infantil: 80% dos casos podem ser curados com diagnóstico precoce
Foto Ilustrativa

Cerca de 80% das crianças e adolescentes acometidos com câncer podem ser curados se diagnosticados precocemente. É o que dizem os dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O câncer infantil é a maior causa de morte entre as crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil.

O INCA previu mais de 8 mil novos casos de câncer infantil para o ano de 2022. Os principais tipos de câncer nessa faixa etária são as leucemias, tumores do sistema nervoso central, linfomas e tumores sólidos como o neuroblastoma, sarcomas e o tumor de Wilms.

Embora agressivos, os tipos de câncer que acometem crianças e adolescentes geralmente afetam células sanguíneas e dos tecidos de sustentação, o que proporciona ao paciente uma melhor reação ao tratamento.

O primeiro passo para diagnosticar o câncer infantil é identificar os sintomas. Em entrevista para o Observatório do Terceiro Setor, o Dr. Carlos Eduardo Fernandes, oncologista do Sabará Hospital Infantil e do Hospital A. C. Camargo, explica como identificá-los.

“Leucemias agudas são os [tipos de câncer] mais prevalentes, seguidos de Linfomas nos adolescentes e tumores do sistema nervoso central em lactentes. Em geral, há febre que persiste, dores no corpo e manchas sem estar com sinais de infecção, aumento de volume do abdome ou massa palpável na barriga”.

“Nos casos de sistema nervoso, dores de cabeça que despertam pela manhã ou associadas a vômitos, mudança comportamental súbita ou letargia, até estrabismo”.

O oncologista destaca que o câncer infantil não afeta somente a saúde das crianças. Um dos principais desafios enfrentados é o afastamento escolar durante tratamento, visto que ele prejudica a imunidade da criança. O oncologista também afirma que problemas neuroendócrinos podem afetar a função hormonal, interferindo no crescimento e na fase da puberdade.

Além de estar atento aos sintomas, as consultas com o pediatra são essenciais para a confirmação do diagnóstico e início do tratamento. Para o presidente da Fundação José Luiz Edygio Setúbal (FJLES), Dr. José Luiz Edygio Setúbal, a melhor via para prevenir e combater o câncer infantil é o acesso à informação.

“Informação é a chave para as famílias estarem atentas e detectarem rápido quando há algo diferente com a criança, porque o diagnóstico feito cedo aumenta as chances de cura. Nós, da Fundação, temos atuado na produção de conteúdo sobre saúde, entre outras frentes, para que a mensagem chegue clara, simples e direta aos cuidadores das crianças”.

A FJLES é uma organização da sociedade civil que atua em prol da saúde infantil e defesa dos direitos das crianças e adolescentes, com foco em três pilares: cobertura vacinal, segurança alimentar e saúde mental. A organização realiza pesquisas e dissemina informações sobre saúde infanto-juvenil através do Instituto PENSI, entidade que mantém desde 2012. As ações da FJLES são alinhadas ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3, da Agenda 2030 da ONU, que promove Saúde e Bem-estar para a população.