Dia Mundial de Conscientização do Autismo: 2 de abril

Dia Mundial de Conscientização do Autismo: 2 de abril
Foto Ilustrativa

Em 2007, a ONU declarou todo 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, quando cartões-postais do mundo todo se iluminam de azul (cor escolhida por haver, em média, 4 homens para cada mulher com TEA).

A partir de 2020, a Revista Autismo passou a lançar uma campanha nacional com um tema único para todo o Brasil para celebrar o 2 de abril. O primeiro tema foi “Respeito para todo o espectro — #RESPECTRO”. O tema de 2022 é “Lugar de autista é em todo lugar!”, com a hashtag #AutismoEmTodoLugar.

O símbolo do autismo é o quebra-cabeça, que denota sua diversidade e complexidade — criado em 1963 pela National Autistic Society, no Reino Unido.

Dia do Orgulho Autista: 18 de junho

O dia 18 de junho é o Dia do Orgulho Autista (representado pelo símbolo da neurodiversidade, o infinito com o espectro de cores do arco-íris), considerando o autismo como identidade, uma característica da pessoa — data celebrada originalmente em 2004, pela organização britânica Aspies for Freedom (AFF).

Símbolo da neurodiversidade.

Símbolo da neurodiversidade - Canal Autismo / Revista Autismo

Consulta médica

A seguir, relacionamos alguns sinais de autismo. Apenas três deles presentes numa criança de um ano e meio já justificam uma suspeita para se consultar um médico neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da juventude. Testes como o M-CHAT (inclusive a versão em português) estão disponíveis na internet para serem aplicados por profissionais. Aliás, essa avaliação é obrigatória para crianças com 18 messes de vida em consultas pediátricas de acompanhamento realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a  lei 13.438/17.

Quais são os sinais de autismo?

  • Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
  • Não atender quando chamado pelo nome;
  • Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
  • Alinhar objetos;
  • Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
  • Não brincar com brinquedos de forma convencional;
  • Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
  • Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
  • Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
  • Não compartilhar seus interesses  e atenção, apontando para algo ou não olhar quando apontamos algo;
  • Girar objetos sem uma função aparente;
  • Interesse restrito por um único assunto (hiperfoco);
  • Não imitar;
  • Não brincar de faz-de-conta;
  • Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial.

Números e informações sobre autismo no Brasil e no mundo

  • O termo “Transtorno do Espectro do Autismo” passou a ser usado a partir de 2013, na nova versão do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, publicação oficial da Associação Americana de Psiquiatria, o DSM-5, quando foram fundidos quatro diagnósticos sob o código 299.00 para TEA: Autismo, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno Global do Desenvolvimento Sem Outra Especificação e Síndrome de Asperger. Na atual Classificação Internacional de Doenças, a CID-11, o autismo recebe o código a 6A02 (antigo F84, na CID-10), atualizada em junho de 2018, também sob o nome de TEA.
  • Aproximadamente um terço das pessoas com autismo permanecem não-verbais (não desenvolvem a fala) — conforme estudos de 2005 e 2012.
  • Estima-se que um terço das pessoas com autismo tem algum nível de deficiência intelectual.
  • Há algumas condições clínicas associadas ao autismo com mais frequência, como: distúrbios gastrointestinais, convulsões, distúrbios do sono, Transtorno de Déficit da Atenção com Hiperatividade (TDAH), ansiedade e fobias — segundo estudos de 20122017 e 2018.
  • Em 2007, a ONU decretou todo 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo ( em inglês, World Autism Awareness Day), quando vários cartões-postais do mundo iluminam-se de azul em prol da causa para chamar a atenção da sociedade ao tema, como o Cristo Redentor, no Brasil, o Empire State, nos EUA, a CN Tower, no Canadá, a Torre Eiffel, na França, as pirâmides do Egito, entre outros.
  • No Brasil, a “Lei Berenice Piana” — Lei 12.764, de 2012, que criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014 —  garante os direitos dos autistas e os equipara às pessoas com deficiência.
  • Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo (CDC, na sigla em inglês: Centers for Disease Control and Prevention) estima a prevalência de autismo em 1 a cada 44 crianças naquele país — números divulgados em 2.dez.2021, referentes a pesquisa feita em 2018. O número de meninos é quatro vezes maior que o de meninas.
  • Estudos na Ásia, Europa e América do Norte dão conta de números entre 1% (1 para cada 100) e  2% (1 para cada 50) com autismo.
  • A ONU, através da Organização Mundial da Saúde (OMS), considera a estimativa de que aproximadamente 1% da população mundial esteja dentro do espectro do autismo, a maioria sem diagnóstico ainda.
  • No Brasil, temos apenas um estudo de prevalência de TEA até hoje, um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP), de 1 autista para cada 367 habitantes (ou 27,2 por 10.000) — a pesquisa foi feita apenas em um bairro de 20 mil habitantes da cidade. Segundo a estimativa da OMS, o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas.
  • Um mapa online, do site Spectrum News, traz todos os estudos científicos de prevalência de autismo publicados em todo o planeta.
  • Os Estados Unidos ainda não têm nenhuma estimativa confiável da prevalência de autismo entre adultos, destacando que esta é uma condição vitalícia para a maioria das pessoas. A cada ano, cerca de 50 mil jovens com TEA cruzam a maioridade dos 18 anos nos EUA. No Brasil não há números a esse respeito.
  • Um estudo da Autism Speaks, em 2012, aferiu o custo anual do autismo para os EUA, de US$ 126 bilhões, e para o Reino Unido, £34 bilhões (US$ 54 bilhões).
  • A idade média de diagnóstico nos EUA é de 4 anos de idade, segundo estudo de 2018 em 11 estados. No Brasil, um estudo-piloto somente na cidade de São Paulo (SP), também em 2018, chegou ao número de 4 anos e 11 meses e meio (4,97) como idade média de diagnóstico de autismo, mas com uma variação bem grande — mais estudos devem ser feitos.
  • Há síndromes e outros transtornos neurológicos de origem genética ligados ao autismo como: Síndrome de Rett, CDKL5, Síndrome de Timothy, Síndrome do X Frágil, Síndrome de Angelman, Síndrome de Prader-Willi, Síndrome de Phelan-McDermid, entre outras.
  • Segundo pesquisa global de 2019, com mais de 2 milhões de pessoas, de 5 diferentes países, de 97% a 99% dos casos de autismo podem ter causa genética, sendo 81% hereditário; e de 1% a 3% apenas podem ter causas ambientais, ainda controversas, como, a idade paterna avançada ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem atualmente mais de mil genes já mapeados e implicados como fatores de risco para o transtorno.

Em resumo

Autismo

  • Nome técnico oficial do autismo: Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), segundo o DSM-5 (2013).
  • Definição de autismo: condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito e movimentos repetitivos).
  • Causas do autismo: genéticas majoritariamente.
  • Risco genético de autismo: 97% a 99%
  • Genes envolvidos: mais de 1.000 genes — sendo 102 os principais.
  • Subtipos de autismo: não há só um, mas muitos subtipos do transtorno.
  • Espectro do autismo: a diversidade de níveis de suporte necessários e coocorrências é tão abrangente que se usa o termo “espectro”.
  • Dia Mundial de Conscientização do Autismo: 2 de abril
  • Dia do Orgulho Autista: 18 de junho
  • Prevalência de autismo nos EUA: 1 para 44, segundo o CDC (2021).
  • Prevalência de autismo no Brasil: não temos esse número — há apenas um estudo-piloto, de 2011, em Atibaia (SP); segundo a estimativa da OMS, o Brasil pode ter mais de 2 milhões de autistas.
  • Prevalência de autismo no mundo: e 1% da população mundial pode ter autismo, considera a ONU, através da OMS; um mapa online da Spectrum News traz todos os estudos de prevalência no planeta.
  • Tratamento para autismo: terapia de intervenção comportamental, indicada pela Associação Americana de Psiquiatria; entre outros tratamentos individualizados.
  • Lei no Brasil: “Lei Berenice Piana”, Lei 12.764 de 2012, criou a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo, regulamentada pelo Decreto 8.368, de 2014.
  • Sinais de autismo:
    • Não manter contato visual por mais de 2 segundos;
    • Não atender quando chamado pelo nome;
    • Isolar-se ou não se interessar por outras crianças;
    • Alinhar objetos;
    • Ser muito preso a rotinas a ponto de entrar em crise;
    • Não brincar com brinquedos de forma convencional;
    • Fazer movimentos repetitivos sem função aparente;
    • Não falar ou não fazer gestos para mostrar algo;
    • Repetir frases ou palavras em momentos inadequados, sem a devida função (ecolalia);
    • Não compartilhar seus interesses  e atenção, apontando para algo ou não olhar quando apontamos algo;
    • Girar objetos sem uma função aparente;
    • Interesse restrito ou hiperfoco;
    • Não imitar;
    • Não brincar de faz-de-conta;
    • Hipersensibilidade ou hiper-reatividade sensorial.

[Atualizado em 13/03/2022, 13h28]

 

 

Fonte: Canal Autismo

Francisco Paiva Junior
editor-chefe da Revista Autismo