Vereadores debatem rumos da educação em tempos de pandemia

Vereadores debatem rumos da educação em tempos de pandemia
Vereadores debatem rumos da educação em tempos de pandemia
Vereadores debatem rumos da educação em tempos de pandemia
Vereadores debatem rumos da educação em tempos de pandemia

Na tarde desta segunda-feira (29), no plenário da Câmara Municipal de Três Lagoas, aconteceu a audiência pública “Educação em Tempos de Pandemia”, com a presença dos vereadores Negu Breno, que também é o propositor, Evalda Reis, Charlene Bortoleto e Doutor Issam Fares Junior. Além dos parlamentares, diversos professores, diretores e representantes da educação e de movimentos estudantis marcaram presença para enriquecer o debate.

O primeiro a usar a palavra foi Caio Afonso, representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), que apresentou dados sobre a educação durante a pandemia, como: 43,1% dos alunos aprenderam pouco menos nesse período e 41,9% que aprenderam muito menos. Apenas 5,2% aprenderam mais durante a pandemia do que em períodos não pandêmicos. “Ou seja, os alunos não aprenderam nesse período e isso não é culpa do professor, do diretor, do coordenador ou do aluno. A culpa é da falta de estrutura para o novo formato de ensino-aprendizagem”, ressaltou Caio.

Durante a pandemia, também houve um aumento de 91,4% das demandas por meios digitais, como e-mail e Whatsapp. O tempo de planejamento das aulas aumentou 80,1% e o tempo em reuniões pedagógicas a distância aumentou 73,2%. “Os professores trabalharam muito mais, pois tiveram que planejar suas aulas novamente, adaptando-as para o ambiente online e dar todo o suporte as famílias”, concluiu o representante da UBES.

Sandra Ganisso, diretora da escola Dom Aquino Correa, relatou que “professores receberam ligação dos pais, dizendo que o filho queria se matar. Ou seja, o professor atuou como pedagogo, terapeuta e amigo”. Sandra anunciou que agora, com o retorno das aulas presenciais, aumentou o índice de violência na escola. “Tivemos casos de filhos que foram violentados nesse período, meninas grávidas, muitos alunos com várias mortes na família. Esse é o clima de volta as aulas”, desabafou.

José Bento de Arruda, diretor da escola Bom Jesus: “estamos atrasados na reinvenção do sistema educativo, pois o Governo Federal que deveria ditar as normas não está fazendo nada. E se vier mais uma onda de Covid, nós não saberemos o que fazer. A sociedade vai continuar calada? Não podemos fechar as escolas, mas sim torná-la segura”, defendeu.

Maria Laura, professora da rede estadual e municipal, reforçou que os professores estão fazendo de tudo para que os alunos continuem indo para as escolas. Ela sugeriu “ouvir, urgentemente, os alunos e professores” e celebrou: “nós professores, conseguimos! Com muita luta, com nosso celular, com nosso computador. Sempre reclamamos, mas não deixamos em nenhum momento de atender e ensinar. Os trabalhadores do administrativo ajudaram muito e são fundamentais nesse processo”.

Marizette Bazé, coordenadora Regional de Educação, também contou um pouso sobre a tristeza na volta as aulas e parabenizou os professores e alunos do Mato Grosso do Sul pelo sucesso da educação nesse período: “não foi fácil, mas aqui em Três Lagoas tivemos um bom suporte, com cursos e formações para poder enfrentar esse período. Não vamos deixar nenhum aluno para trás. Quero buscar aquele aluno onde estiver para terminar o seu ciclo escolar”.

Walterísio, diretor do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS), criticou o Governo Federal pela falta de assistência. “A política de assistência estudantil é muito importante e vimos uma redução nesse período, quando deveria receber incentivo. Por isso, nesse período, tivemos a maior evasão”, relatou.

Maria Diogo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (SINTED), ressaltou o a audiência pública é também um ato político, além de ser um momento de debate, pois “todo o momento político que estamos vivendo está refletindo nas salas de aula”. Diogo completou: “se as pessoas não entenderam a importância das aulas presenciais nessa pandemia, pode esquecer que nunca mais vão entender”.

O vereador Doutor Issam Fares, reforçou a importância de tomar a vacina, todas as doses corretamente, e a questão emocional que afetou tanto estudantes quanto professores. “Vocês são heróis”, disse a vereadora Charlene Bortoleto aos professores, que relatou sobre o profissionalismo e como foi lidar com os filhos nesse período de aula remota.

Evalda Reis, vereadora, enfatizou a importância do debate e almejou um futuro mais certo para a Educação. Negu Breno, que é propositor da audiência pública, agradeceu a participação de todos, ressaltou que ali é só um começo de um debate. Respondendo a pergunta de Duda Lambertti, enfatizou que a grande dificuldade em legislar em prol da educação foi conseguir estar próximo da população nesse período de pandemia.

Maria Diogo encerrou respondendo uma pergunta: “independente de uma nova onda ou não, temos uma lei aprovada para dispor de melhor estrutura, aportes tecnológicos para os professores, pois não é possível mais imaginar a Educação sem esses equipamentos”.