Correios: Empresa cria armadilha com formulários e usa informação incompleta que podem prejudicar os trabalhadores em grupo de risco

Correios: Empresa cria armadilha com formulários e usa informação incompleta que podem prejudicar os trabalhadores em grupo de risco
Divulgação

A Federação Interestadual dos Trabalhadores os Correios (FINDECT) está denunciando a direção dos Correios, que tem como presidente o general  Floriano Peixoto, por pressão sobre os trabalhadores afastados do serviço por estarem no grupo de risco por conta do cornavírus.

Segundo a FINDECT, a empresa quer que estes trabalhadores retornem ao serviço e divulgou nesta terça, 31, um formulário que dever ser preenchido e que teria “pegadinhas” que podem prejudicar os funcionários dos Correios que estão nesta situação. Os formulários de recusa e de retorno às atividades  que a empresa disponibilizou podem prejudicar o trabalhador, tirando qualquer responsabilidade da ECT por eventuais problemas de saúde e contaminação.

A federaçao orienta para que os trabalhadores não assinem qualquer documento ou termo antes de pedir orientação ao jurídico dos sindicatos. O Departamento Jurídico da FINDECT e dos Sindicatos filiados já estariam tomando as devidas providências legais.

Para a entidade, os termos de recusa e de retorno “são criminosos” e o número de casos está aumentando rapidamente, com a ausência de testes e a subnotificação. “A explosão pode vir em dias e com ela o colapso do sistema de saúde. Em meio a isso, a direção da ECT pressiona os trabalhadores em grupo de risco e que convivem com familiares nesse grupo para a retornarem ao trabalho, com a retirada dos seus adicionais e benefícios! E ainda cria formulários para os trabalhadores se responsabilizarem por qualquer dano. A preservação da saúde e segurança dos trabalhadores nesse momento é o essencial!”

A federação denuncia também que a direção dos Correios “continua enrolando e se omitindo no fornecimento dos itens essenciais de higiene e segurança.O álcool em gel e sabonete líquido, papel toalha e álcool individualizados, com kits garantidos por trabalhador, não foram disponibilizados universalmente. A higienização dos locais de trabalho e das encomendas e correspondências a serem manipuladas também não – o que é essencial porque o vírus sobrevive na superfície de objetos por muitas horas.” Segundo estudos científicos, o vírus pode sobreviver por até cinco dias em superfícies como papel.

“A direção da ECT deveria se sensibilizar com a situação, pois há muita gente contaminada que não apresenta sintomas, como os trabalhadores dos Correios vão saber se há contaminados entre seus colegas de trabalho e no público que atendem”, questiona a federação.

Cuidado e responsabilidade são essenciais

A expansão do vírus está em ritmo acelerado e o governo precisa fazer mais para proteger a população vulnerável.Essa população está nas favelas e periferias, onde as condições sanitárias são precárias, as vielas estreitas, as casas pequenas e superpovoadas, a informação pouco chega e a aglomeração não cessa. E os trabalhadores dos Correios estão nesses lugares, vivendo ou fazendo o trabalho essencial. Não dá para a direção da empresa continuar tratando a doença como uma “gripezinha” e manter o ecetista exposto ao risco de contaminação e morte! A FINDECT e Sindicatos filiados reforçam a orientação para que os trabalhadores continuem denunciando os locais onde não há itens de segurança e higiene, essa denuncia será crucial para reforçar as ações judiciais propostas pelos sindicatos em suas bases.”

Fonte: FINDECT – Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil