'Não estamos dando aulas, apenas preenchendo plataformas', afirmam professores da rede pública do Paraná

'Não estamos dando aulas, apenas preenchendo plataformas', afirmam professores da rede pública do Paraná
Estudantes utilizando o Leia Paraná durante a aula no laboratório de informática do CE Costa Viana, em São José dos Pinhais. - Foto: Profª Daiane Bacchi Zolet / AEN - PR

Professores e estudantes da rede pública do Paraná têm enfrentado um processo de "plataformização" da educação, caracterizado pela adoção massiva de aplicativos e programas para a gestão pedagógica e que já se espalhando para todo canto do brasil, inclusive em cidades de Mato Grosso do Sul. No Paraná são cerca de 20 plataformas usadas nas escolas, muitas de uso obrigatório, com a adesão monitorada de perto pelo governo. A pressão por metas e a competição entre as instituições são incentivadas por políticas como o "Desafio Paraná".

"Nós não estamos dando aulas, estamos apenas preenchendo plataformas", critica o professor de História, João Paulo da Rocha. "Há uma pressão muito forte, estamos trabalhando apenas por metas, mas o resultado prático não está acontecendo", complementa.

Educadores e alunos relatam sobrecarga de tarefas, comprometimento da saúde mental, falta de estrutura, dificuldades técnicas e incompreensão dos objetivos da transição digital. Segundo pesquisa do Instituto IPO e da APP-Sindicato, que representa os professores da rede estadual, 83% dos educadores afirmam que as plataformas não melhoraram o aprendizado. Além disso, 72,3% dizem que as escolas não têm equipamentos suficientes para atender às metas estabelecidas pela Secretaria da Educação.

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