Sem verba na saúde, MPMS quer barrar gasto milionário do Governo de MS em propaganda

Sem verba na saúde, MPMS quer barrar gasto milionário do Governo de MS em propaganda
Publicidade veiculada pelo governo durante a pandemia (Reprodução Facebook)

Uma ação pede o bloqueio de R$ 35 milhões destinados pelo Governo de Mato Grosso do Sul para gastos com propaganda até o fim da pandemia de coronavírus. Os contratos de publicidade receberam o 12º aditivo, enquanto hospitais reclamam da falta de verbas.

Mas, apesar da tutela de urgência, a ação está parada desde 1º de maio na 1ª Vara de Direitos Difusos e Homogêneos, onde espera decisão do juiz José Henrique Neiva de Carvalho e Silva.

O pedido, da 30ª Promotoria do Patrimônio Público de Campo Grande, também quer a suspensão imediata dos gastos com propaganda não relacionada com o combate à covid-19.

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Para justificar o bloqueio, a ação do MPMS (Ministério Público Estadual de MS) cita a falta de repasse de verbas para hospitais como a Santa Casa e o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).

Hospital Regional não tem nem medicamentos

Atualmente há procedimentos sobre o desabastecimento das farmácias do HRMS (Procedimento Administrativo 09.2019.00003963-7), e ausência de repasses para a Santa Casa (09.2019.00003529-6).

Segundo o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, ofício na 32ª Promotoria registra desde abril a falta de repasses de R$ 2,6 milhões da SES (Secretaria de Saúde de MS), conforme a Diretoria Financeira do Hospital.

No Hospital Regional, ofícios da própria unidade informam falta de medicamentos nos setores de Oncologia e Cardiologia.

Em 4 meses, R$ 18 milhões de gasto com propaganda

No entanto, extratos do Governo de MS apontam que em apenas quatro meses, foram liquidados R$ 18,2 milhões com publicidade e propaganda.

“Ao optar por consumir elevada soma de recursos públicos em gastos com publicidade e propaganda, em detrimento de outras áreas, como a da saúde, o Poder Executivo Estadual distancia-se da eficiência”, pontua a ação.

Além do bloqueio, a ação pede a suspensão imediata dos gastos com publicidade até o fim da pandemia mundial de coronavírus.

Também quer proibir o governo de MS de gastar com publicidade até normalizar o abastecimento das farmácias do HRMS e repasses para a Santa Casa.

Em 5 de maio, a promotoria reiterou a urgência, citando atrasos nos repasses aos Hospitais São Julião, Nosso Lar, do Câncer e Maternidade Cândido Mariano.

Gasto maior

Na ação, o Governo admite que os pagamentos foram ainda maioria que o relatado na ação. Além disso, afirma que teria decidido concentrar investimentos nas campanhas de serviço.

Conforme documento da Superintendência de Contabilidade Geral do Estado, atualmente há empenho de R$ 29.584.119,05, contra R$ 22.518.226,93 liquidados e R$ 20.093.612,35 pagos.

Já em 2019, o governo fez empenho de R$ 59.091.326,57 com publicidade, e efetuou pagamento de R$ 54.098.307,28 conforme o documento. Os dados sobre gastos podem ser consultados no Portal da Transparência.

 

Com informações do MIDIAMAX