CNTE participa de manifestação na embaixada do Chile

CNTE participa de manifestação na embaixada do Chile
Divulgação

 

 

 

2019 10 23 nota chile embaixada
Nesta quarta-feira (23) a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) se somou aos movimentos estudantis na manifestação em frente à embaixada do Chile, em Brasília (DF), para expressar solidariedade ao povo chileno e clamar pelo fim da violência empregada pelas forças de segurança chilenas. O Chile enfrenta a maior crise política e social desde a saída da ditadura militar: o surto social desencadeado pelo aumento do transporte coletivo trouxe à luz a raiva contida e o descontentamento com as políticas promovidas nas últimas décadas, aumentos permanentes nos serviços básicos, salários estagnados e a mercantilização de direitos sociais. O governo chileno decretou estado de emergência e vem reprimindo manifestantes. As centrais sindicais chilenas convocaram greve nesta quarta e publicaram uma nota pública conjunta sobre a crise, reivindicando a restauração das instituições democráticas.  

O encarregado da embaixada do Chile, Javier Mata, recebeu a nota pública dos manifestantes brasileiros, por meio das mãos do Roberto Franklin Leão, secretário de relações internacionais da CNTE e vice-presidente mundial da Internacional da Educação. Leia a seguir o documento na íntegra.

Nota Pública - Solidariedade às manifestações no Chile

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação - CNTE, entidade de representação sindical dos educadores brasileiros, filiada em âmbito global à Internacional da Educação - IE e a União Nacional dos Estudantes - UNE, entidade máxima dos estudantes brasileiros e representa cerca de seis milhões de universitários de todos os 26 Estados e do Distrito Federal, vem manifestar sua preocupação com a violência empregada pelas forças de segurança do Chile contra manifestantes sociais que, legitimamente, ocupam as ruas para reivindicar direitos.

Em que pese os números oficiais indicarem a morte de 11 cidadãos chilenos, notícias de seu país oriundas de organizações não governamentais nos indicam que esse número já passa de 15 chilenos combalidos pela violência estatal. O Instituto Nacional de Derechos Humanos - INDH aponta que, até o dia de ontem, exatos 1.333 pessoas encontravam-se detidas por conta das manifestações, 555 só na capital Santiago. Ademais, já temos 88 chilenos feridos com armas de fogo em decorrência da atual situação.

Os protestos contra os ajustes fiscais empreendidos pelo governo chileno são legítimos e não ocorrem somente por lá. Em um ambiente democrático, é fundamental o respeito às manifestações sociais por parte dos governos, de modo que seja assegurado o seu direito pleno. O exercício legal das manifestações sociais não deve ser criminalizado e tampouco não é admissivel o uso da violência contra quem o exerce. Enquanto representantes de trabalhadores em educação e estudantes, a CNTE e a UNE clamam pela abertura imediata de negociações com os manifestantes e o contiguo fim da violência empregada pelas forças de segurança chilenas.

Esperamos o fim da violência por meio de uma ampla e necessária concertação social, que envolva todos os interessados pelo retorno à paz do Chile.

Brasília, 23 de outubro de 2019.

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação
União Nacional dos Estudantes