Educação Física: a disciplina que transcende o físico

Educação Física: a disciplina que transcende o físico
FOTO JUVAS MOREIRA
Educação Física: a disciplina que transcende o físico
Educação Física: a disciplina que transcende o físico

Você já parou para pensar sobre a importância da Educação Física? Se engana quem pensa que a Educação Física na escola não tem um conteúdo estruturado como as outras matérias; ela é a disciplina que permite realizar atividades individuais, em times ou equipes, desenvolvendo responsabilidade, ética, lealdade, superação, respeito, confiança, senso de justiça e empatia

A prática de atividades físicas e esportes, não importa quais sejam, trazem diversos benefícios não apenas para o corpo, mas também para mente e para as relações humanas, afinal, como diz o ditado, “mente sã, corpo são”. Além disso, esse saudável hábito favorece os mais diversos aspectos da nossa saúde, pois ao estimular o desenvolvimento motor e cognitivo dos alunos e alunas, cria-se maior disposição para o dia a dia, promovendo um melhor condicionamento físico e o aprimoramento dos reflexos, bem como da capacidade de raciocínio.

A educação física escolar ainda promove muitos benefícios, como por exemplo:

▸ Favorece o desenvolvimento motor;

▸ Contribui para a integração social da criança e do adolescente;

▸ Colabora para que os alunos adquiram autoconfiança;

▸ Melhora a autoestima;

▸ Contribui para que o aluno se expresse melhor;

▸ Favorece as questões e vivencias sobre o mundo que convivem;

▸ Ajuda o aluno a conhecer e a compreender as mudanças e o limite do próprio corpo;

▸ Reduz o estresse e as pressões do dia a dia;

▸ Coopera para um estilo de vida melhor. 

As aulas elaboradas de diferentes formas e práticas esportivas, acabam criando um repertório diverso para enfrentar situações adversas. As aulas que promovem o esporte em grupo ensinam sobre trabalho em equipe, inclusão social, partilhar e socializar. Já nas modalidades individuais, as crianças e adolescentes aprendem, inconscientemente, a superar os seus próprios limites. São nas aulas de educação física que, muitas vezes, lidamos com o diferente, com as limitações físicas e psíquicas nossas e dos outros; sendo assim, a expectativa é que os alunos e alunas sejam capazes de tomar decisões e solucionar problemas do seu cotidiano e de seu ambiente, buscando uma formação ética e reflexiva, entendendo e participando das diferentes manifestações da cultura corporal. As lições de uma derrota em grupo ou individualmente, colaboram efetivamente na formação do caráter; ganhar, perder, errar e jogar com a incerteza são situações comuns na vida.

Por meio do esporte é possível criar espaços de desenvolvimento crítico, respeito às diferenças, solidariedade e cooperação, além de contribuir na promoção, prevenção e reabilitação da saúde física e mental. Como descreve Falkenbach (2002), é na escola o lugar de desenvolver a educação física que provoca as trocas e as aprendizagens entre as pessoas. Ela é responsável pelo aprendizado das relações entre as pessoas por via corporal. Temos as expectativas que a educação física escolar deveria exercer o papel de fazer e compreender que a criança como sujeito dentro do espaço lúdico-educativo, irá aprender e se desenvolver ao se expressar.

Entretanto, o fato da Educação Física escolar não ser obrigatória em todos os níveis, vai de encontro ao que diz Falkenbach. A falta de atividade física aliada a tecnologia e a correria do dia a dia, contribuem para o sedentarismo, trazendo prejuízos a saúde, aumento da gordura corporal e maior predisposição a doenças como o estresse, a obesidade, o diabetes e a depressão. Quando se faz a prática de atividades físicas os alunos e alunas têm a vantagem de melhorar a saúde e diminuir riscos de doenças como a obesidade, hipertensão arterial, colesterol alto, doenças mentais e doenças respiratórias. 

No Mato Grosso do Sul, 6% das crianças com idade entre 2 e 4 anos está com obesidade; e 6,3% com menos de 2 anos também apresentam a doença. A pesquisa recente do Atlas Mundial da Obesidade (outubro/22) revela que 30,1% das crianças entre 5 e 9 anos estão com excesso de gordura corporal, além de 14,8% das crianças entre 2 e 4 anos e 16,1% das crianças com menos de 2 anos. A obesidade e o sobrepeso infantil são medidos pela curva de crescimento e desenvolvimento predeterminada na Caderneta de Saúde da Criança. De acordo com a cartilha de Obesidade Infantil e na Adolescência, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a falta de atividades físicas é um dos principais fatores para o desenvolvimento da obesidade infantil. Também são determinantes a pré-disposição genética e os hábitos alimentares.

Portanto, precisamos falar urgentemente sobre o retorno urgentíssimo da Educação Física escolar obrigatória em todas as escolas. E não se esqueçam: essa questão é urgente!

Por: Carlos Alberto Rezende é conhecido como Professor Carlão. 

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