Candidatos a jovens vereadores querem dar voz aos adolescentes

O processo eleitoral para eleger os primeiros 15 jovens vereadores e suplentes, que comporão o Parlamento Jovem, transcorreu com muita empolgação, nesta sexta-feira (9) em escolas que aderiram ao programa da Câmara de Vereadores de Três Lagoas.
Candidatos e eleitores, alunos do 9º ano do ensino fundamental ao 3º ano do ensino médio, foram às urnas para definir quem vai representar a comunidade escolar e toda a cidade.
Ao todo, 39 estudantes, de 13 a 18 anos, de 11 escolas, se dispuseram a concorrer às vagas. Cada escola organizou seu calendário e seu processo eleitoral. Até segunda-feira (12), serão conhecidos os resultados. Estima-se que, nas unidades participantes, mais de 5 mil adolescentes votarão.
Os eleitores da escola estadual Luiz Lopes de Carvalho, a Luloca, foram às urnas em massa, na manhã desta sexta-feira e, na fila, aclamaram o candidato do 1º ano, colega da classe, naquele barulho natural para a idade.
Porém, mais do que barulho aleatório, os candidatos esperam que suas vozes façam diferença. Como na maioria das escolas, na Luloca os candidatos nunca votaram nas eleições regulares, mas comemoraram a oportunidade de terem suas vozes ouvidas na sociedade.
“Os adolescentes são silenciados, mas nós temos ideias do que fazer, nós conhecemos o que passam os adolescentes”, afirmou Ana Luísa Borges, de 16 anos.
“Muitas pessoas acham que não temos maturidade para falar dos assuntos da política, mas estamos preparados”, afirmou Sabrina Sayuri Takazi, candidata da escola estadual Afonso Pena. Ela e outros três candidatos discutiram propostas conjuntas e esperam, com ansiedade, quem será o vereador que apadrinhará os eleitos, durante o mandato de nove meses.
No Instituto Federal de Mato Grosso do Sul, os três candidatos fizeram campanhas nas redes sociais oficiais da instituição e pessoais, apresentando suas ideias e propostas.
Uma expectativa recorrente entre os candidatos é a experiência que esperam adquirir para a vida, ao aceitar o desafio de uma eleição e de participar, efetivamente, de decisões que podem ser absorvidas pela cidade.
“Vou fazer o meu melhor, se for eleito”, garantiu João Vítor de Araújo Santos, de 14 anos, aluno da escola municipal Professora Maria Eulália Vieira, única escola municipal a aderir neste primeiro ano de Parlamento Jovem.
Outra candidata, Larissa Cyles, também de 14 anos, pensa, sim, em entender os trâmites da vida pública e, quem sabe, ingressar nela, quando adulta. Muitos outros candidatos, como Arthur Ramos, do Afonso Pena, também revelaram já ter gosto pela participação, pelo debate e pela representatividade.
Entre os entrevistados, um problema que os adolescentes enfrentam no dia-a-dia se mostrou presente: a dificuldade de mobilidade. Questões como ruas mal conservadas ou alagadas em dias de chuva, transporte público com poucos horários e falta de ciclovias foram apontadas, espontaneamente, em todas as escolas.
O processo eleitoral será encerrado na segunda-feira, data em que os eleitos serão anunciados. Dia 16 de maio, eles passarão por um ciclo de formação, pela Escola do Legislativo da Câmara, e no dia 20, tomarão posse. O Parlamento Jovem terá uma sessão mensal.
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