Após derrota no STF, Reinaldo tenta manobra para ‘atrasar’ afastamento

Após derrota no STF, Reinaldo tenta manobra para ‘atrasar’ afastamento
Reinaldo Azambuja, governador de Mato Grosso do Sul, durante evento do PSDB (Foto: Leonardo de França/Midiamax)

Defesa do governador Reinaldo Azambuja () apresentou novo recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça) contra o inquérito 1.190, que descobriu esquema de desvio de dinheiro público em Mato Grosso do Sul e deu origem à . Trata-se de um embargo de declaração contra a apuração que culminou na Ação Penal 980 e implica o governador e mais 23 pessoas nos crimes de , lavagem de dinheiro e 

Segundo o STJ, o julgamento do recurso foi marcado para 16 de dezembro de 2020 – última sessão da Corte Especial antes do recesso. A manobra ocorre ao passo que o relator da ação penal, ministro Félix Fischer, pede pauta para julgar o processo contra os denunciados. Na prática, a movimentação indica que o Tribunal está mais próximo de decidir se aceita a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) sobre o esquema de propina instalado no governo do tucano.

Antes disso, no entanto, o embargo de declaração deve ser julgado. Apesar de ser direito da defesa apresentar embargos desta natureza, a medida é considerada por juristas uma manobra para atrasar processos.

Derrotas na Justiça

Essa não é a primeira tentativa de Azambuja em anular o inquérito policial e até mesmo a ação do , contudo, até agora, o tucano tem colecionado derrotas. Em novembro, a Corte rejeitou questão de ordem no âmbito do processo, no qual o tucano questionava o próprio foro privilegiado para tentar transferir o caso à Justiça Estadual.

Tentativa semelhante no STF (Supremo Tribunal Federal) também foi barrada. O ministro Edson Fachin rejeitou o HC (Habeas Corpus) de Reinaldo que tentava suspender a Ação Penal 980, do STJ, originada de denúncia contra ele.

Os advogados do tucano argumentaram ao Supremo, na ocasião em que entraram com a medida, que o STJ não teria competência para julgar o feito, uma vez que os crimes imputados contra ele teriam começado em 2014, quando ainda não era governador. Ou seja, a estratégia adotada foi questionar o próprio  de Azambuja, que quer trazer o caso para a Justiça Estadual.

Ação Penal 980

O processo está concluso para decisão do relator, ministro Félix Fischer, desde meados de outubro, quando a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, apresentou a denúncia contra Reinaldo e mais 23 pessoas ao STJ. A denúncia pede a decretação da perda do cargo de Reinaldo e dos demais implicados que exercem funções públicas. A decisão de afastar um governador cabe à Corte Especial.

Formado pelos 15 ministros mais antigos do STJ, o colegiado para onde foram os autos da Ação Penal 980 já decidiu contra Azambuja. A denúncia do  ao STJ aponta Reinaldo como chefe de esquema de corrupção que culminou no recebimento de R$ 67,7 milhões em propina da JBS. Em contrapartida, o grupo foi beneficiado com R$ 209,7 milhões em isenções fiscais.

A Coordenadoria de Processamento e Apoio a Julgamentos da Corte Especial do STJ recebeu os autos da Ação Penal 980 na quinta-feira (3). É o ministro Félix Fischer quem deverá decidir sobre o afastamento do governador. A denúncia chegou no dia 15 de outubro ao STJ e foi distribuída ao ministro por pendência no mesmo dia.

 

Com informações do Midiamax